“a situação contemporânea revela, entre outras coisas, três tendências: 1. uma produção acelerada e artificial de necessidades; 2. uma incorporação limitada de modos de vida ditos racionais; 3. uma produção ilimitada de carência e escassez.
Nessa situação, as técnicas, a velocidade, a potência criam desigualdades e, paralelamente, necessidades, porque não há satisfação para todos. Não é que a produção necessária seja globalmente impossível. Mas o que é produzido – necessária ou desnecessariamente – é desigualmente distribuído”. (Milton Santos em Por uma outra globalização, p. 129)
Durante a década de 70 uma propaganda veiculada pela mídia estadunidense de um cartão de crédito, anunciava: “Estamos presentes em todo o globo”. Esse anúncio chamou a atenção não só de consumidores, mas também de cientistas sociais que perceberam as importantes mudanças que o mundo sofria:
A surpreendente possibilidade da troca mais rápida de informações, mercadorias e o aumento do fluxo de pessoas pelos espaços mundiais.
A globalização pode ser entendida como um intercâmbio econômico, cultural, comercial, científico e filosófico entre pessoas de diversas partes do mundo. É o avanço de novas tecnologias que tem proporcionado ao mundo um processo crescente de aproximações.
A surpreendente possibilidade da troca mais rápida de informações, mercadorias e pessoas.Mas, é sobre a construção de um aparente mundo de possibilidades que se esconde a perversidade desse processo, que faz dessas novas tecnologias uma nova estratégia de controle.
A Globalização Perversa
O acesso diferenciado à tecnologia veio para reforçar as discrepâncias já existentes entre os países. Se antes a capacidade de influência das potências econômicas mundiais sobre os países pobres já se revelava avassaladora, imagine nos tempos atuais, diante do crescente poderio acumulado por essas nações, após a grande revolução do conhecimento.
Quem acumula maior volume de conhecimento cada vez mais tem maior poder de decisão sobre aqueles que não o detêm. Com o domínio da produção científica quase que exclusivamente nas mãos dos países ricos, praticamente nenhum passo no mundo será dado sem a participação lucrativa dessas nações. A globalização como vem sendo conduzida tem-se demonstrado seletiva e excludente.
Uma das facetas da aceleração capitalista está no campo financeiro que cresceu cerca de 130 vezes em apenas duas décadas e meia Esse dinheiro pode pertencer a um pequeno poupador japonês ou a um superinvestidor. E está financiando coisas tão diversas como uma fábrica no Ceará ou o déficit público nos Estados Unidos.
A outra faceta do processo de globalização está na industria. Tomem-se as dez maiores corporações mundiais – Mitsubishi, Mitsui, Itochu, Sumimotu, General Motors, Marubeni, Ford, Exxon, Nissho e Shell. Elas faturaram 1,4 trilhão de dólares, o que equivale ao PIB conjunto de Brasil, México, Argentina, Chile, Colômbia, Peru, Uruguai e Venezuela. Se a conta se expande para as cem maiores corporações, descobre-se que um terço do comercio internacional refere-se a trocas entre unidades transnacionais. Elas empregam 20% da mão-de-obra não agrícola nos países em desenvolvimento e 40% dos países desenvolvidos. A força dessas corporações e sua atuação geográfica – operam praticamente em todos os países – mudaram o enfoque do jogo econômico. (Dados extraídos da revista VEJA, ano 29, n°14, pp. 80-83).
No passado quem fazia as grandes decisões econômicas eram os governos. Agora são as empresas.
Nessa situação, as técnicas, a velocidade, a potência criam desigualdades e, paralelamente, necessidades, porque não há satisfação para todos. Não é que a produção necessária seja globalmente impossível. Mas o que é produzido – necessária ou desnecessariamente – é desigualmente distribuído”. (Milton Santos em Por uma outra globalização, p. 129)
Durante a década de 70 uma propaganda veiculada pela mídia estadunidense de um cartão de crédito, anunciava: “Estamos presentes em todo o globo”. Esse anúncio chamou a atenção não só de consumidores, mas também de cientistas sociais que perceberam as importantes mudanças que o mundo sofria:
A surpreendente possibilidade da troca mais rápida de informações, mercadorias e o aumento do fluxo de pessoas pelos espaços mundiais.
A globalização pode ser entendida como um intercâmbio econômico, cultural, comercial, científico e filosófico entre pessoas de diversas partes do mundo. É o avanço de novas tecnologias que tem proporcionado ao mundo um processo crescente de aproximações.
A surpreendente possibilidade da troca mais rápida de informações, mercadorias e pessoas.Mas, é sobre a construção de um aparente mundo de possibilidades que se esconde a perversidade desse processo, que faz dessas novas tecnologias uma nova estratégia de controle.
A Globalização Perversa
O acesso diferenciado à tecnologia veio para reforçar as discrepâncias já existentes entre os países. Se antes a capacidade de influência das potências econômicas mundiais sobre os países pobres já se revelava avassaladora, imagine nos tempos atuais, diante do crescente poderio acumulado por essas nações, após a grande revolução do conhecimento.
Quem acumula maior volume de conhecimento cada vez mais tem maior poder de decisão sobre aqueles que não o detêm. Com o domínio da produção científica quase que exclusivamente nas mãos dos países ricos, praticamente nenhum passo no mundo será dado sem a participação lucrativa dessas nações. A globalização como vem sendo conduzida tem-se demonstrado seletiva e excludente.
Uma das facetas da aceleração capitalista está no campo financeiro que cresceu cerca de 130 vezes em apenas duas décadas e meia Esse dinheiro pode pertencer a um pequeno poupador japonês ou a um superinvestidor. E está financiando coisas tão diversas como uma fábrica no Ceará ou o déficit público nos Estados Unidos.
A outra faceta do processo de globalização está na industria. Tomem-se as dez maiores corporações mundiais – Mitsubishi, Mitsui, Itochu, Sumimotu, General Motors, Marubeni, Ford, Exxon, Nissho e Shell. Elas faturaram 1,4 trilhão de dólares, o que equivale ao PIB conjunto de Brasil, México, Argentina, Chile, Colômbia, Peru, Uruguai e Venezuela. Se a conta se expande para as cem maiores corporações, descobre-se que um terço do comercio internacional refere-se a trocas entre unidades transnacionais. Elas empregam 20% da mão-de-obra não agrícola nos países em desenvolvimento e 40% dos países desenvolvidos. A força dessas corporações e sua atuação geográfica – operam praticamente em todos os países – mudaram o enfoque do jogo econômico. (Dados extraídos da revista VEJA, ano 29, n°14, pp. 80-83).
No passado quem fazia as grandes decisões econômicas eram os governos. Agora são as empresas.
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